Amós
O livro de Amós é um grito de justiça social vindo de um profeta do campo, um boiadeiro e cultivador de sicômoros, chamado por Deus para confrontar a nação de Israel no século VIII a.C. Amós não era um profeta de berço, treinado nas escolas, mas um homem simples com uma mensagem poderosa. Ele é enviado ao reino do norte, um lugar de prosperidade superficial e corrupção profunda, para denunciar a hipocrisia religiosa e a opressão dos pobres.
Amós não poupa palavras ao descrever a decadência moral e espiritual de Israel. Ele acusa o povo de explorar os necessitados, manipular a justiça e se deleitar no luxo enquanto ignoram o sofrimento ao seu redor. As práticas religiosas se tornaram vazias, meros rituais sem verdadeiro arrependimento ou mudança de coração. Deus exige justiça e retidão, não apenas ofertas e sacrifícios.
O profeta anuncia o julgamento iminente de Deus sobre Israel, usando imagens vívidas de destruição e exílio. Pragas, terremotos e invasões estrangeiras são descritos como consequências inevitáveis da desobediência. No entanto, em meio às advertências severas, há também uma mensagem de esperança. Amós vislumbra um futuro em que Deus restaurará Israel, reunindo os exilados e estabelecendo um reino de paz e justiça. O livro termina com uma promessa de restauração e bênção, mostrando que, mesmo em meio ao julgamento, a misericórdia de Deus prevalece.